Consumo de café pela mulher e pelo homem antes de engravidar pode aumentar risco de aborto, segundo
- Celso Ronsini

- Apr 8, 2016
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Os pesquisadores analisaram dados do estudo, criado para examinar a relação entre a fertilidade, o estilo de vida e a exposição a substâncias químicas ambientais - Longitudinal Investigation of Fertility and the Environment (LIFE). O estudo se deu em dezesseis distritos dos estados norte americanos do Michigan e do Texas.

Para a pesquisa atual, os investigadores compararam fatores de estilo de vida como tabagismo, consumo de bebidas com cafeína ou de bebidas alcoólicas e uso vitaminas entre 344 casais com uma gestação única. Os casais foram acompanhados a partir de algumas semanas antes da concepção até a sétima semana de gravidez. As mulheres usaram testes de urina para a detecção da ovulação e de gravidez. Dessa forma, foi possível avaliar precocemente que engravidou ou quem perdeu a gravidez logo no inicio do primeiro trimestre - quando as perdas são maiores espontaneamente.
Com o uso de fórmulas estatísticas, foram estimadas as taxas de risco e o grau de confiança dos testes para os estilos de vida dos casais que incluíam o uso de tabaco, bebidas alcoólicas, cafeinados em geral - café, chá verde, chá preto e energéticos, além de vitaminas durante três períodos sensíveis: pré-concepção, concepção e gravidez inicial. As principais medidas foram a incidência e os fatores de risco para a perda da gravidez.
Noventa e oito das 344 (28%) mulheres que engravidaram tiveram aborto espontâneo - taxa comparável ao nosso país e considerado um dado conhecido. Quando considerado em separado, o abortamento acometeu duas vezes mais as mulheres com idade de 35 anos ou mais! Taxa de risco calculado em 1,96. Também aqui há um fato há reconhecido. O aumento da idade (de óvulos e espermatozoides) está associado a um maior número de abortamentos.
A novidade foi a intensa relação dos abortamentos ao consumo de cafeína. O consumo de mais de duas bebidas com cafeína por dia pela mulher e pelo homem também foi associado a uma taxa de risco aumentada: 1,74 para mulheres e 1,73 para o sexo masculino. Praticamente 75% maior.
Os pesquisadores também observaram uma redução de 55% no risco de aborto para as mulheres que tomaram vitaminas diariamente, já no período pré concepcional. Para aquelas que continuaram a tomar as vitaminas durante o início da gravidez, a redução do risco foi de 79%. Os autores citam outros estudos que também associam o uso da vitamina B6 e do ácido fólico, na pré-concepção e na gravidez inicial, à redução do risco de aborto espontâneo.
Por esses motivos, alimentação saudável e suplementos nutricionais, quando necessários, fazem toda diferença no período fértil do casal e efetivamente previnem abortos espontâneos e malformações precoces do embrião. Curiosamente, isto se aplica a ambos os genitores e não apenas à mulher.
Fonte: Fertility and Sterility, publicação online, de 22 de março de 2016

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